16 junho 2010

E se tivesse sido mesmo assim!

Estávamos sentados, perto um do outro, com as minhas pernas em cima das tuas, e com a cabeça encostada ao teu ombro.
Não reconheci o lugar onde estávamos, simplesmente deu para reparar que era calmo, pois não havia uma única pessoa a passar ali. Estava a falar-te ao ouvido, e como resposta só ouvia a tua respiração. Lembro-me de te ter dito, “gosto imenso de ti, juro, e era capaz de dizer ‘amo-te’ as vezes necessárias para acreditares no que realmente sinto, todas as palavras que te vou dizer podem não ter qualquer significado para ti, mas posso tentar uma última vez?”.
Não recebi resposta, e por isso continuei, “todo o esforço que fiz até hoje, foram desesperos meus transformados em oportunidades parvas. Sei que perdi grande parte do tempo a mostrar o quanto gostava de ti, o problema é que tu não estavas na mesma situação que eu. Sofro silenciosamente, e talvez não seja a melhor maneira, mas já ninguém quer ouvir desabafos meus.” Parei durante segundos, e de repente, fiz-te perguntas sem te deixar responder a nenhuma, “Se tu não gostasses de mim, não continuarias a dizer-me amo-te, certo? ; Se tu me odiasses não continuarias com qualquer contacto meu, certo? ; Se não sentisses nada por mim, não estarias aqui sentado ao meu lado, desta maneira, sem teres qualquer problema, certo? ; Se eu …” interrompeste-me, e senti então, um estremecer no meu corpo, com medo de alguma resposta que não queria ouvir. Disseste-me apenas “amo-te”, e deparo-me com uma lágrima a cair lentamente no meu rosto. Olhei-te nos olhos, e pediste-me desculpa, confusa, baixei o olhar. Naqueles instantes, pensava apenas, se as minhas palavras teriam mudado alguma coisa, sabia que iria ser mais uma tentativa falhada.
O silêncio tinha-se instalado, e agora já só ouvia o barulho da água, atrás de nós.
Para quebrar toda aquela imobilidade e o silêncio, puseste a mão na minha perna, e perguntaste-me se estava tudo bem, eu respondi que sim, mas as lágrimas caíam sem eu dar conta. Estávamos sob o olhar um do outro, senti a tua aproximação, e disseste-me ao ouvido, “a minha resposta quanto a tudo o que disseste é muito simples”. Quis perguntar-te qual, mas sem tempo para isso, tu beijaste-me carinhosamente durante algum tempo, e no fim, abraçaste-me num aconchego perfeito. Estava assustada, pois a seguir, poderias levantar-te e ir embora, ou poderias ficar ali comigo o resto da tarde.
Senti um toque violento, e alguém a chamar pelo meu nome. Estava a sonhar. Foi tudo um simples sonho, que agora não tinha resposta final.

“Ficarás ou não comigo, para sempre?”

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'o que custa não são as opiniões negativas, o que custa é ninguém dizer nada'